Indignados chegaram a Wall Street
Várias pessoas têm tentado perceber o que estará por detrás dos movimentos dos Indignados, que têm vindo a manifestar-se, ao que parecia só “contra tudo e em favor de nada”. Muitos pensámos que estes indignados, maioritariamente jovens que protestavam em Atenas, Londres, Madrid, Barcelona, Porto, o faziam “por fazer”. Vestindo-se desleixadamente, não tomavam banho, ficavam “para ali”, cheiravam mal, e “para ali ficavam”.
Agora, começaram também a existir nos EUA, e começamos a entender que têm mais que motivos para assim se comportarem. Espera-se que consigam ajudar a encontrar soluções, para tudo mudar, dado que “isto assim, não pode continuar”.
Convém não querer esquecer que o Norte de África também entrou em contestação. Mas, não tenhamos dúvidas que a Ocidente não existem, nem se vislumbram lideres preparados para minimamente resolver a actual Crise. São todos – pena nossa – muito maus, fazem mais do mesmo, ou seja o que outros bons, fizeram noutros tempos, com outra dignidade. Hoje, nada disto está a acontecer. Quem não sabe, nem tem carisma, não consegue! Evidentemente.
Hoje já não temos quaisquer dúvidas que os bancos foram aproveitando as duas últimas décadas de desregulação total para muitíssimo crescer, para pagar exorbitâncias aos que achavam saberem governá-los – aos bancos...- , e foram ganhando, ganhando, ganhando. Hoje, secaram tudo em seu redor e estão uns quantos muito ricos, não os bancos – instituições – mas os que com eles lucraram. Claro que se trata de uma percentagem mínima de potentes a Ocidente, que através dessa ganância desregulada, desregulamentada, empobreceram a maioria das populações Ocidentais, e enriqueceram-se!
Mas, mais grave, os que hoje estão tão bem instalados nesta abundância, nem sonham, em baixar um pouco. A bem!
E em simultâneo uns quantos bem falantes economistas, políticos e intelectuais “do momento”, vivem também nesse “isolamento soberbo superior” , dando, ainda mais, conselhos aos outros, a nós, aos diminuídos monetária e pelos vistos mentalmente. Como se só agora aparecessem em cena, como já não andassem pelo Ocidente, há mais de duas décadas, a pegar soluções milagrosas e muito intelectuais..
Os jovens estão por todo o a lado a manifestar-se, e têm razão: estudaram, esforçaram-se, quiseram fazer tudo para a bem terem um futuro e já nem “no hoje, estão bem”! Os muito, muito maus serão 10% os restantes 90% são de primeira água. Logo terão razão, 90%!
E os pais – a grande maioria - já não sente segurança futura – hoje - , e na hora em que os filhos estão, estariam, preparados para se fazerem à vida, não têm como, por onde, aonde, com quê.
O desemprego de todos estes jovens, por todo o Ocidente, pela África do Norte, e de todos os que seguirão, a total falta de perspectivas, não de enriquecerem mas de ganharam para estar vivos, e viverem, trabalhando, foi-se. Assim, a única alternativa é indignarem-se, é mostrarem o seu desanimo, e se os que ainda são poderosos e ricos, bem como os ditos intelectuais que tudo sabem, que mais não fazem do que se manter as si e aos seus numa “mesma redoma”, não abdicarem - a bem - de boa parte do que têm, se não olharem – com olhos de quer bem ver – para baixo, sem arrogância, com humildade, e não querendo dar gorjetas, não tendo de fazer de bonzinhos, mas antes investirem e muito na criação de empregos, de riqueza, isto vai rebentar e muito rapidamente. Para todos, até para esses ricos/poderosos!
Estamos no fim da linha, e os Indignados, estão a sofrer na pele a incompetência, a arrogância, a “sem vergonha” de uns quantos que quiseram ser potentemente os Senhores do Ocidente. E todos mais velhos vamos, já estamos também a sofrer! Se nada mudar, se se começar verdadeiramente a passar fome, se os pais não tiverem dinheiro para se alimentar-se e aos seus filhos, tudo vai acabar muito mal. E não é no futuro - lá distante - é já amanha!
Augusto Küttner de Magalhães
Outubro de 2011
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