sábado, 19 de novembro de 2011

Em vez de Greves, exija-se uma União Europeia!



Nas alturas de grandes tensões ou de grandes desconfortos, os sindicatos para não perderem o pé convocam Greves, e todos os que se aproximam destas ideias, aderem às Greves. E se em dados momentos, que já terão duas décadas e mais, algumas -, nem todas, - as Greves, deram benefícios a quem as fez, hoje, não dão. Não tenhamos quaisquer dúvidas.

Como é uso dizer-se “não há dinheiro para mandar tocar um cego”, logo, por muita Greve que se faça, por muitas televisões a darem telejornais de hora e meia a duas horas sobre a Greve, a entrevistar todos e mais alguns e todos a dizerem o que é verdadeiro, que a vida está a ficar insuportável, não é pela Greve – hoje – que vai ficar suportável. Não tenhamos quaisquer dúvidas.

E com entusiasmo – espantemo-nos ou não! - , vamos vendo o filme da Grécia a repetir-se cá, e claro com os ânimos exaltados, vamos começar a assistir a distúrbios nas principais cidades deste País, e ninguém ficará por certo admirado. Concerteza o País – nosso e não do Governo, deste ou de qualquer outro – ficará ainda mais pobre.

O problema nunca se irá resolver com Greves, e as greves dos transportes públicos têm a vantagem de fazer outorgar outros a aderir a greves – os que dos transportes públicos dependem para se deslocar por não terem transporte próprio/individual.

E depois de feitas as greves, os grevistas ficam sempre felizes com a imensa adesão e os empregadores “arranjam” sempre um raio de uns números, em que quase ninguém aderiu. E as televisões, têm telejornais, em cheio. E no da seguinte, estamos todos mais pobres. Excepto os muito ricos, mas esses não somos nós.

Sendo a greve um direito, não é uma obrigação. Sendo a greve um direito, existem alternativas antes de a fazer. E hoje não havendo como ir por essas outras alternativas, por certo não será fazendo greves que os salários irão aumentar, que as pensões de miséria deixarão de o ser, que não nos irão “tirar” o 13º e o 14º subsídio, que se irão criar mais empregos.Claro que o que temos, está mal. Melhor, estás muito mal.

Mas, já vem de trás – e não só do Governo anterior…- e vai agravar-se se não houver vontade de querer ver e resolver o problema de frente. Ou temos uma verdadeira União Europeia, ou vamos todos sucumbir de vez, logo temos que exigir uma verdadeira União, e já! E se o conseguirmos, não serão necessárias Greves, o resto virá por acréscimo, o inverso é que já não será verdade!

Num mundo globalizado, que está a ser dirigido pelo Dinheiro e pelos interesses Económicos de alguns, não interessa, estar-se a pensar que por métodos ultrapassados se resolvem problemas que tinham - teriam ! - solução noutros tempos, mas hoje não terão. E se muitos dizem que os ricos um dia terão que ceder se não, não terão onde viver, desenganem-se que ainda há por aí muitas ditaduras que os recebem de braços abertos. Claro que é melhor estar aqui a Ocidente, mas o aqui Ocidente, pelo caminho que segue, entra – todo - em ditaduras, quer nos EUA quando Obama cair – com uns candidatos Republicanos, muito piores que o Bush filho - , quer aqui na Europa, com nacionalismos, com regressos gloriosos ao passado.

Ainda para mais, onde tantos nunca souberam - e nem querem saber - que a Europa tem tido muitas guerras, e que há pouco mais de 60 anos teve uma que tudo destruiu, e facilmente, hoje terá outra, e com ditaduras, é atear a gasolina espalhada, com um fósforo – ainda existem….fósforos e que livremente e com gozo, assim os queira utilizar.

As manifestações, em vez de Greves que tudo paralisam sem resultados, hoje - , deveriam ser junto a tudo que possam ser instituições a nível europeu que possam ter influência na Governação Europeia, como protesto por essa Governação ser uma palhaçada autêntica, de haver “tantas” instituições europeias, essencialmente em Bruxelas , que não têm qualquer poder, e que devem tê-lo. E que não pode ser a senhora da Alemanha, a mandar, o francês, é um pau mandado. E a crise, está a chegar a países que andavam escondidos a ver se não eram atingidos e já lá está: Áustria, Bélgica, e mais virão, e não são periféricos, não são os atrasados do Sul…..Não somos nós periféricos, é uma Europa desavinda! Em Crise.

Logo, haja empenho em exigir uma Europa Unida e Democrática sem ir para Greves que mais empobrecem, que tudo podem partir - ainda mais - , e chamar ditaduras, e guerras, e aí estamos “desfeitos” por muitas décadas…


Augusto Küttner de Magalhães

Novembro de 2011

Um comentário:

  1. Completamente de acordo embora tenha algumas dúvidas na visão das coisas.
    1-Se é verdade que as estatísticas do Governo parecem pecar por defeito, as dos sindicatos pecam e muito por excesso.
    2-A noção de "ricos" é muito ambígua.O que para uns é riqueza para outros é apenas classe média que no nosso caso é cada vez mais pobre.
    Solução para a crise?Desgraçadamente penso que nem já a Alemanha e o BCE vão conseguir parar este descalabro. Já não há dinheiro para tanta dívida.O problema é maior e mais fundo e tem a ver com os desiquilíbrios mundiais.
    Infelizmente temo que as suas conclusões sejam premonitórias.Que Deus nos acuda...

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