sábado, 7 de janeiro de 2012

Cidades ; Espinho no final de 2011


Cidades; Espinho no final de 2011



Voltar a dar um passeio por Espinho no último dia do ano 2011, faz-nos pensar que perdemos de Norte a Sul, no nosso País, oportunidades de um diferente e bem melhor desenvolvimento sustentado e sustentável, por todo o lado.

E tão cedo não voltaremos a ter oportunidade – DINHEIRO! - para corrigir alguns, bastantes, muitos erros de percurso.

Claro que as culpas não são sempre dos outros, são de todos, todos nós. Dos que fizeram, fazem, e dos que se maravilham ou se calam, ou então protestam aos berros e tudo partindo. Falta força cívica, civilizada, com bom senso e futuro, falta ser-se estar-se! Logo: todos somos culpados!

De modo algum Espinho é caso único, bem pelo contrário.

Espinho sonhou com o fim do atravessamento da cidade pela linha do comboio, e retirada esta continua no seu lugar um espaço que parece ser a memória presente e futura do que ali havia, e se queria que deixasse de haver.

Ou seja, a ligação sem obstáculos – nenhuns, nenhuns. Espinho como um todo, à beira mar, não acontece. Mesmo deixando de ser atravessada fisicamente pela linha férrea. E, tudo irá ficar assim, como está, até haver dinheiro, seja chinês, seja de onde vier, que permita, com senso, com cuidado, com planeamento, fazer o que não foi feito: Espinho ficar uma cidade contínua até ao mar!

Um espaço recente, agora visitado a Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva. Um lugar aberto, bem iluminado – por vezes não o são - bem aproveitado, com Gente, com Pessoas de todas as idades, a bem aproveitá-lo. Muitas vezes estes espaços são lindos, mas não são feitos para “efectivamente ter gente lá dentro”! Jovens a estudar, menos jovens a ler, outros a aproveitar os jornais – vários – gratuitos. Os livros. Um espaço com vida a ser vivido.

Ao lado, perto, um grande edifício, já não recente, com uma exposição a Manuel Violas.

Mais adiante árvores - que deixaram de lá estar - no espaço da Feira Semanal. Quando se mexe, é usual deitar abaixo árvores! Em todo o lado, em todo o País, mesmo que a ninguém estorvassem.

Várias lojas de rua deixaram de existir e outras seguirão o mesmo caminho. A força dos Centros Comerciais fez morrer os centros históricos das cidades, e todos ajudamos, e todos lá vamos e todos gostamos e gastamos. Agora vai ser tarde, para inverter esta situação.

À entrada vindos de norte, podemos ver dois recentes supermercados – as marcas usuais – e um hipermercado – a marca usual, igual em todo ao País! São as marcas do País desenvolvido que não soube par além deste necessário desenvolvimento, não perder a história local, as características de cada zona, actualizando-as, não as aniquilando. É, em parte tudo muito igual. E tudo igual, basta, ver num local.

Ficou “algo” por fazer, que não será feito nos tempos próximos.

Esperemos que não só em Espinho, mas também em Braga, em S. João da Madeira, em Viana do Castelo, em Valença, em Évora, em Lisboa, no Porto.

E repetindo: Claro que as culpas não são sempre dos outros, são de todos, todos nós. Dos que fizeram, fazem e dos que se maravilham ou se calam, ou então protestam aos berros e tudo partindo. Falta força cívica, civilizada, com bom senso e futuro, falta ser-se estar-se! Logo: todos somos culpados!


Augusto Küttner de Magalhães


Janeiro de 2012

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