A Confusão por VPV
Mais uma Opinião maldizente e acertada de Vasco Pulido Valente (VPV) no Público de 18.12.2011.
Uma das frase de VPV, que espelha o nos está a acontecer: “ Toda a gente procura ansiosamente perceber (e não consegue) o esotérico palavreado dos peritos, que em seis meses se multiplicaram por toda a parte, cada um com a sua sabedoria e a sua receita”.
Sem dúvida que não temos a mínima ideia do que nos vai acontecer e já a partir de 2 de Janeiro, próximo. Tudo parece possível vir a acontecer: A CP não pagar salários, a TAP não pagar subsídios de férias e natal, os privados deixarem de pagar os salários na totalidade aos seus trabalhadores, o Estado não ter dinheiro para pagar reformas e pensões, o desemprego disparar desatinadamente, os transportares públicos irem parando, as crianças quase deixarem de nascer, cá.
Isto deve-se aos palpites de todos os “entendidos” neste nosso País. E a dada altura fica-se com a impressão – para não dizer a certeza – que cada um em aflição, está unicamente a defender, a zelar, pelo seu lugar – para que não perder o seu emprego, o seu posto, os outros, logo se verá, ou nem por isso. Ele são os economistas que fazem imensos estudos, e previsões, sem quaisquer certeza – evidentemente - que se contradizem, mas vão mostrando cada vez mais desses estudos, uma vez que não vão dando certo , fazem -se outros, a ver, se é desta. E todos neste país, já sabemos tanto “termos” de economia e finanças.
Os autarcas que se acham todos insubstituíveis e infundíveis, que dizem o que os próprios querem ouvir. E, seguem-se todos os que pensem que o seu posto de trabalho – essencialmente se publico – possa vir a ser extinto - , a troika manda - , e assim passam a “sua sabedoria, a sua receita” e ninguém os entende, porventura nem eles próprios.
A outra frase de relevo de VPV, é: “ No meio disto, com tranquilidade e doçura, Passos Coelho aumenta dia a dia a confusão, como se qualquer um de nós aí pela rua soubesse perfeitamente o que se passa e fosse capaz de medir as consequências de cada nova trapalhada”. Sem dúvida que Passos Coelho, será, ou quererá passar a imagem de simpático, mas a única que é perceptível é que cumpre as ordens ao milímetro da Sra. Merkel, mas com um problema, ela explica-lhe o que ele nos tem que fazer, e ele não nos quer ou não sabe explicar.
Como ninguém nos quer explicar, ou não sabe, detalhadamente a situação em que estamos – sem culpas e culpados, ou se sim, e prendam-nos, a todos – e o caminho que temos a seguir, vamos ouvindo aqui e além, essencialmente à entrada ou a saída de eventos em que participam – PM, Ministros e até PR - e nunca em locais e momentos adequados, umas frases soltas, descontextualizados, com avisos e recados. Todos o fazem e é muito mau.
E outros pensam que fazem-nos acreditar que tudo vai funcionando e nós vamos entendendo o contrário. Em tudo!
Esta falta ou total incapacidade, por parte essencialmente do Governo – a oposição é má, má! Só! - , faz-nos aumentar as duvidas que já temos e mais umas quantas, como: vão acabar afinal todas as reformas e pensões, e o SNS, o desemprego vai disparar sem controlo, a desordem vai cair nas ruas, os assaltos, os roubos, o euro vai-nos pôr fora? Ou seja, será que dentro de um ano, em Dezembro de 2012, ainda existiremos como País, como Europa? Com dinheiro para comprar pão?
Se já ninguém tem saudades de José Sócrates - os que dizem ter, será da boca para fora, e são poucos! - e esperava-se que estivesse mais caladinho do que está, falou sempre muito! – mas Passos Coelho arrisca-se a seguir a mesma “via” não por falar sempre, sempre, mas essencialmente por falar de mais quando o não deve fazer, e de menos quando o tem que fazer. E ninguém entende, nada, nada, nada. E a comunicação social ajuda a confundir!
Ajudem-nos e não aumentar a Confusão, mereçam os Vossos cargos, falem pouco mas bem, digam, expliquem, mesmo que seja desagradável o que nos têm a dizer. Não somos burros entendemos se nos explicarem.
Augusto Küttner de Magalhães
Dezembro de 2012.