quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Opinião de Vasco Pulido Valente

A Confusão por VPV


Mais uma Opinião maldizente e acertada de Vasco Pulido Valente (VPV) no Público de 18.12.2011.

Uma das frase de VPV, que espelha o nos está a acontecer: “ Toda a gente procura ansiosamente perceber (e não consegue) o esotérico palavreado dos peritos, que em seis meses se multiplicaram por toda a parte, cada um com a sua sabedoria e a sua receita”.

Sem dúvida que não temos a mínima ideia do que nos vai acontecer e já a partir de 2 de Janeiro, próximo. Tudo parece possível vir a acontecer: A CP não pagar salários, a TAP não pagar subsídios de férias e natal, os privados deixarem de pagar os salários na totalidade aos seus trabalhadores, o Estado não ter dinheiro para pagar reformas e pensões, o desemprego disparar desatinadamente, os transportares públicos irem parando, as crianças quase deixarem de nascer, cá.

Isto deve-se aos palpites de todos os “entendidos” neste nosso País. E a dada altura fica-se com a impressão – para não dizer a certeza – que cada um em aflição, está unicamente a defender, a zelar, pelo seu lugar – para que não perder o seu emprego, o seu posto, os outros, logo se verá, ou nem por isso. Ele são os economistas que fazem imensos estudos, e previsões, sem quaisquer certeza – evidentemente - que se contradizem, mas vão mostrando cada vez mais desses estudos, uma vez que não vão dando certo , fazem -se outros, a ver, se é desta. E todos neste país, já sabemos tanto “termos” de economia e finanças.

Os autarcas que se acham todos insubstituíveis e infundíveis, que dizem o que os próprios querem ouvir. E, seguem-se todos os que pensem que o seu posto de trabalho – essencialmente se publico – possa vir a ser extinto - , a troika manda - , e assim passam a “sua sabedoria, a sua receita” e ninguém os entende, porventura nem eles próprios.

A outra frase de relevo de VPV, é: “ No meio disto, com tranquilidade e doçura, Passos Coelho aumenta dia a dia a confusão, como se qualquer um de nós aí pela rua soubesse perfeitamente o que se passa e fosse capaz de medir as consequências de cada nova trapalhada”. Sem dúvida que Passos Coelho, será, ou quererá passar a imagem de simpático, mas a única que é perceptível é que cumpre as ordens ao milímetro da Sra. Merkel, mas com um problema, ela explica-lhe o que ele nos tem que fazer, e ele não nos quer ou não sabe explicar.

Como ninguém nos quer explicar, ou não sabe, detalhadamente a situação em que estamos – sem culpas e culpados, ou se sim, e prendam-nos, a todos – e o caminho que temos a seguir, vamos ouvindo aqui e além, essencialmente à entrada ou a saída de eventos em que participam – PM, Ministros e até PR - e nunca em locais e momentos adequados, umas frases soltas, descontextualizados, com avisos e recados. Todos o fazem e é muito mau.

E outros pensam que fazem-nos acreditar que tudo vai funcionando e nós vamos entendendo o contrário. Em tudo!

Esta falta ou total incapacidade, por parte essencialmente do Governo – a oposição é má, má! Só! - , faz-nos aumentar as duvidas que já temos e mais umas quantas, como: vão acabar afinal todas as reformas e pensões, e o SNS, o desemprego vai disparar sem controlo, a desordem vai cair nas ruas, os assaltos, os roubos, o euro vai-nos pôr fora? Ou seja, será que dentro de um ano, em Dezembro de 2012, ainda existiremos como País, como Europa? Com dinheiro para comprar pão?

Se já ninguém tem saudades de José Sócrates - os que dizem ter, será da boca para fora, e são poucos! - e esperava-se que estivesse mais caladinho do que está, falou sempre muito! – mas Passos Coelho arrisca-se a seguir a mesma “via” não por falar sempre, sempre, mas essencialmente por falar de mais quando o não deve fazer, e de menos quando o tem que fazer. E ninguém entende, nada, nada, nada. E a comunicação social ajuda a confundir!

Ajudem-nos e não aumentar a Confusão, mereçam os Vossos cargos, falem pouco mas bem, digam, expliquem, mesmo que seja desagradável o que nos têm a dizer. Não somos burros entendemos se nos explicarem.


Augusto Küttner de Magalhães

Dezembro de 2012.

domingo, 18 de dezembro de 2011

EDP / Fundação - Porto - Expo - Diário - 17.12.2011



Na Fundação EDP - Porto, pudemos assistir à inauguração em 17 de Dezembro, de uma muito interessante exposição, que nos mostra o nosso País em fotografias, pelas fotografias. Fotografias com Pessoas, junto a outras Pessoas, junto a objectos, junto a prédios, casas, vidas!

Uma forma excelente de vermos fotograficamente o nosso País, sem nacionalismo, mas com realismo, sem fado, mas com oportunidade, com imagens recolhidas por quem o sabe fazer, durante o ano de 2010 - Centenário da Republica - por um grupo de fotógrafos reunidos no colectivo Kameraphoto.

E lendo o prospecto muito bem elaborado para o efeito por João Pinharanda , são oportunas estas passagens:

" ...foram 365 dias a olhar de um modo especial para o corpo múltiplo da realidade em movimento que é um país. Com esse trabalho o colectivo elaborou um DIÁRIO. A obra possui a dimensão da intimidade e de reflexão, de segredo e de indignação, de poesia e de tristeza, de propostas e sonhos de todos os diários". " A fotografia cumpre assim o seu papel de documentar r mas também de comentar, intervir , desmultiplicando os caminhos propostos, mas também de libertar, abrindo o espírito ao futuro." " Percorremos esta exposição com a liberdade de não cumprirmos a cronologia de registo das imagens: percebemos que há linhas condutoras e saltos de humor, detemo-nos com episódios soltos ou seguimos pequenas narrativas, uma imagem choca-nos, noutra reconhecemos um rosto, rimo-nos de uma pose, admiramos uma paisagem. No final temos o puzzle de um país que, como um corpo, se encontra sempre incompleto...".

Até ao dia 4 de Março de 2012 é-nos possível visitar e revisitar estas fotografias, que projectam-nos e ao país, que nos fazem vermo-nos como de facto somos.

Augusto Küttner de Magalhães

18.12.2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O Douro, e o Património Mundial....e!



O Alto Douro Vinhateiro foi classificado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade, e é muito merecido. Sem sombra de duvidas. E tal implica que a beleza da Região, os produtos da Região: Vinho do Porto, Vinho de mesa, Azeite e Turismo sejam a definição da região. E têm sido. E faz parte de todos nós, essencialmente portugueses, em vez de estarmos em permanente auto -vitimização, agarrarmos nesta Região e tê-la como nossa e em simultâneo fazê-la conhecida por esse mundo fora. Já é, os EUA tem imensos dos seus cidadãos a vir cá todos os anos, só pelo nosso Douro.

E se estes títulos, são sempre vantajosos, não são tudo. Nós temos que ajudar a dizer bem, a fazer bem. e não podemos sempre que aparece uma notícia que faz muitas notícias, que hoje dá demasiado espaço e que amanha será substituída por outra e outra, faça com que algo muito nosso, que deve de todos ser conhecido, ficar-se por negativas opiniões, noticias.

Tanto podemos achar que a vantagem de passar a Região Classificada, seja importante , e possa ser desmontada de um momento para o outro, com motivos válidos ou com motivos de oportunidade.

Posto isto, vale ainda hoje ir - até por um só dia - até ao Douro, e fica-nos em conta se não tivermos que usar as vias que nos possam ser menos adaptadas ao nosso rendimento. E dar uma volta entre o Porto e a Régua - Peso da Régua - , andar a pé, aproveitando para fazer um almoço muito bom, muito em conta, muito simpático num restaurante muito barato, e continuando a andar a pé, verificando que as obras de requalificação da via junto ao Douro, estão quase acabadas, que temos o Douro - rio, agua, ali ao lado, e agora neste inicio de Dezembro de 2011, as uvas não estão lá, as vinhas estão quase sem folhas, mas estão lá, e o aspecto é muito invulgar.

Podemos, agora já de carro, seguir até ao Pinhão e sentimo-nos entre o Rio Douro, e aquelas lindas vinhas, aquelas casas antigas, as pontes antigas, e depois apesar de as noites apareceram depressa ir até Vila Real, a estrada antiga, não é das mais fáceis, mas fez-se bem. Chegados a Vila Real parar o carro, num local gratuito e andar a pé, ver a pé, - até têm umas árvores iluminadas de Natal , com parcimónia, estamos em crise - estar lá. Depois como já caiu a noite regressar ao Porto por uma via mais rápida, e claro que ficou , ainda, hoje , muito por ver do Alto Douro.

Mas se houver vontade de todos, em nos focarmos em todo o Douro, em pensarmos no Douro da foz até a Miranda do Douro, não teremos - todos, todos, tantos - que perder tempo com o Tua e sua barragem. Se perdermos , se acharmos que o importante é ficarmos todos focados na noticia de ter barragem no Tua, tirar barragem do Tua, cai Património, fica Património, estamos uma vez mais a bater na nossa cabeça, com noticias que podem ou não ter conteúdo, mas que fazem -nos, parece ficar tão contentes, por haver a suspeita de que fizemos mal e que podemos ficar com a Unesco contra nós.

Claro que devemos ter a Unesco connosco, claro que devemos defender o nosso Património, começando pela Ponte D. Maria - aqui no Porto - , que vai cair de podre por ninguém lhe dar atenção e vamos subindo pelo Douro e vendo aquela beleza, e vamos dizendo bem e não só apontado o mal. Para dizer mal de nós já chega toda a malta "lá de fora" que o faz, para não se ver ao espelho...aproveitemos o que temos e digamos bem do que é nosso, sem nacionalismos, mas com verdades...

Augusto Küttner de Magalhães

08.12.2011


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Augusto Küttner de Magalhães